POR QUE HISTÓRIA DAS MULHERES?



O tema inicial do blog foi escolhido a partir das aulas dadas durante a Residência Pedagógica, no Colégio Estadual Vital Brasil. No decorrer das aulas, observamos que o ensino de história nas escolas, dificilmente trata mulheres como sujeitos e protagonistas, muitas vezes apenas citando ou até mesmo ignorando o papel destas na história. No artigo, "Jovens e sujeitos da História", os autores Luis Fernando Cerri e Mariela Coudannes Aguirre, discutem as concepções de jovens brasileiros, argentinos e uruguaios sobre os sujeitos na história, a partir de dados obtidos através da pesquisa internacional "Jovens brasileiros e argentinos diante da História. Na pesquisa fica claro, que as mulheres são pouco citadas, sendo os homens os mais lembrados e tal fato se repete em todos os países, onde a pesquisa foi realizada.

Desta maneira, partindo da necessidade de trabalhar mulheres como sujeitos na história nas escolas e das evidências citadas acima, passei a desenvolver aulas-oficinas, onde seguia o componente curricular, mas ao contrário de apenas citar o papel das mulheres na história, aprofundava mais em suas vidas e feitos. Foi o caso do post sobre Artemisia Gentileschi, desenvolvi aulas-oficinas sobre ela e outras pintoras do Renascimento, para os sétimos anos, enquanto discutia sobre o período do Renascimento, um dos conteúdos fundamentais dos sétimos anos. E seguindo assim, desenvolvi aulas-oficinas sobre o Egito Antigo para os sextos anos e escravidão nos Estados Unidos para os oitavos ano. 

Embora, não seja muito discutido o papel das mulheres na história na educação brasileira, isso não significa que não exista materiais, textos e obras sobre o assunto e sobre essas figuras femininas. O MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), por exemplo, recentemente expôs a exposição História das Mulheres, onde quadros, pintados por mulheres foram expostos, mulheres pintoras e artistas até 1900, passando por períodos da história da arte como o Renascimento e até mesmo o Impressionismo. Ou seja, por mais que o Brasil, seja rico em material sobre o assunto, vale a pena questionar porque não discutimos tal assunto no ensino fundamental e no médio, porque não discutimos mais sobre o papel dessas mulheres na história, sobre suas vidas e feitos. Porque sempre citamos Tutancâmon ou Michelangelo, mas nunca falamos da Hatshepsut ou da Artemisia? Vale citar que no decorrer das aulas, ouvi várias questões como: por que nunca ouvi falar dela ou por que nunca falamos de mulheres na sala, apenas de homens. Ao final pude perceber, que o nosso objetivo em sala de aula, foi atingido com sucesso.



MASP Acesso: https://masp.org.br/exposicoes/historias-das-mulheres

AGUIRRE, Mariela Coudannes; CERRI, Luis Fernando. Estudos. Ibero-Americanos, PUCRS, v. 37, n. 1, p. 125-140, jan./jun. 2011.  



Comentários